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Sedentarismo e longo tempo em frente à TV afetam sono dos idosos

Novamente tenho o prazer de compartilhar o resultado do trabalho de pesquisadores brasileiros. Nesse caso, cinco pesquisadoras da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que avaliaram dados de mais de 43 mil idosos participantes da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019. O quinteto analisou o comportamento sedentário – que engloba atividades nas quais os indivíduos estejam sentados, reclinados ou deitados – nas seguintes categorias: tempo assistindo à TV; lazer, que inclui, entre outras ações, lidar com computadores e dispositivos móveis; e tempo sedentário total, que soma os dois primeiros conjuntos. Os idosos que relataram permanecer mais de seis horas por dia vendo TV, ou mais de três horas de tempo sedentário total, apresentaram maior probabilidade de ter problemas de sono. Evidências científicas apontam que a dificuldade para dormir está associada a declínio cognitivo, depressão e aumento do índice de massa corporal.

O estudo foi publicado no dia 9 de março na revista “Cadernos de Saúde Pública”. A professora Núbia Carelli Pereira de Avelar é a coordenadora do Laboratório de Envelhecimento, Recursos e Reumatologia do campus Araranguá da UFSC, que fica no extremo sul do estado. Além dela, são coautoras as também professoras Ana Lúcia Danielewicz e Kátia Jakovljevic Wagner, e as estudantes Jaquelini Betta Canever (doutorado) e Letícia Martins Cândido (mestrado). Há nove anos, Núbia Carelli, fisioterapeuta por formação, pesquisa questões relacionadas ao envelhecimento. Ela afirma que um bom começo é fazer interrupções regulares para se exercitar: “o idoso deve fragmentar o período de comportamento sedentário a cada hora, movimentando-se por cinco minutos”.

A prevalência de distúrbios do sono foi semelhante em todas as faixas etárias, explicou Ana Lúcia Danielewicz: “entre 60 e 69 anos, ficou em 40%; entre os 70 e 79, 42%; acima dos 80 anos, 43%, ou seja, todos eram afetados pelo problema”. No entanto, dispositivos móveis e computadores demonstraram ser menos danosos ao sono do que a mídia televisiva. Uma das explicações possíveis, segundo a doutora Núbia, é que a pessoa, ao utilizar esses dispositivos, se movimenta mais, porque se levanta com maior frequência do que quando assiste à TV. O estudo acena para a necessidade da implementação de estratégias para a redução do comportamento sedentário. Quem quiser conhecer melhor o trabalho desenvolvido pelas pesquisadoras pode conferir em: https://lerer.paginas.ufsc.br/; e @lererufsc, no Instagram.

 

Fonte: G1

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