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Lavouras de café Ourinhense foram as responsáveis pela chegada de imigrantes japoneses na cidade

Você sabia que a colônia de imigrantes japoneses é a mais presente em Ourinhos? Pois, é! Os primeiros chegaram ao Brasil e 1908, uma longa viagem pela pressão das dificuldades em seu país de origem. No início do século passado, a vida no Japão não foi moleza, havia muitos empecilhos e um deles era o desemprego. 

Neste tempo, os cafeicultores brasileiros viviam uma escassez de mão de obra nas lavouras, em razão ao fim da escravidão, e faziam propagandas a rodo sobre mão de obra barata em outras nações. Foram estas propagandas que atraíram os japoneses. Hisao Kobata, um imigrante desta época, conta que:

“[…] Um dia meu pai me convidou para assistir um filme que era propaganda contando a vida aqui no Brasil. Então, neste filme mostrava que, no início, bem cedinho, os trabalhadores carregavam uma enxada nas costas e ia para o serviço. Isso era questão de alguns minutos, depois à tarde voltavam para casa […] depois eles mostravam que sábado ou domingo todos iam para a cidade, sentavam-se no jardim comendo banana, porque lá no Japão banana só se comia as pessoas doentes […] então, cinquenta anos atrás tudo era difícil, eu, quando menino de nove ou dez anos, tinha vontade de comer banana e isso que eles mostravam no cinema […] O repórter também falava: O Brasil é um país que tem árvores que dá ouro – que era o café – E o filme terminava com todo mundo feliz!”.

E era o próprio país, o governo japonês, que pagava as passagens de quem desejava sair das terras orientais. Ourinhos não era o plano inicial dos imigrantes, a real é que a região era temida por considerado local de foco malfeito. Imigrantes ouviam que famílias inteiras morriam aqui e as pessoas eram colocadas em sacos e largadas na porta do cemitério.

Com a chegada da Estrada de Ferro Sorocabana no município, o sonho começou a ser de progresso aliado às terras férteis e pela abundância de lavouras de café. Assim, japoneses vieram para Ourinhos.

“os imigrantes vieram trabalhar nas fazendas de café permanecendo por alguns anos, até começarem a perceber que possuir uma terra arrendada poderia promover mais lucros. Com isso, começam a se dedicar à plantação de algodão”, relata Tutomu Hayachida, imigrante que chegou na cidade em 1933. 

Perante esta situação de sabedora e determinação, muitos japoneses se aglomeram nas mesmas propriedades e isto foi o começo dos bairros rurais. Os bairros Sobra, Águas do Jacu, Lagoa Seca e o Carreirão. Mas, isso tudo antes da Segunda Guerra Mundial, já havia uma certa população no bairro Sobra, onde ficava a Fazenda Velha. Nestes lugares, a plantação era de algodão.

Por fim, após a Guerra, outros bairros nasceram: Gamelão, Águas do Cateto, Guaraiúva e o Mundo Novo. Este último teve suas terras compradas pela Cooperativa Agrícola de Ourinhos, fundada por imigrantes que venderam para os japoneses cultivarem frutas.

“Os japoneses do Mundo Novo sabiam plantar frutas, mas sofreram muito porque aqui o clima é diferente. Lá, no Japão, as estações são bem definidas e aqui, no Brasil, é igual o ano todo”, finaliza Hisao Kobata.

Fonte: Solutudo

Imagens: Livro “Um olhar sobre a presença japonesa em Ourinhos”  

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