Chefe da ONU defende em Davos vacinação de 70% do planeta contra Covid ainda em 2022
Durante sua fala no Fórum Econômico Mundial de Davos o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu que toda a população mundial seja vacinada o mais rápido possível para que possamos deixar a pandemia de Covid-19 e suas variantes para trás.
“Os últimos dois anos nos mostraram uma verdade simples e brutal: se deixarmos alguém de fora, deixamos todos de fora”, disse ele. “Se não vacinamos todas as pessoas, geramos novas variantes” do vírus Sars-Cov-2, “que se espalham através das fronteiras e afetam brutalmente a vida cotidiana e as economias”, acrescentou Guterres.
O chefe da ONU defendeu a meta apresentada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) de que 70% da população mundial esteja vacinada até a metade de 2022. No entanto, Guterres lamentou que o mundo ainda esteja longe dessa meta.
De acordo com a OMS, 98 países do mundo ainda não vacinaram 40% de sua população.
Enquanto países como os Emirados Árabes Unidos, Portugal, Espanha, Dinamarca, Itália ou Chile já aplicaram duas doses do imunizante contra a Covid-19 em mais de 80% da população, no Haiti, na Nigéria, no Sudão ou em Camarões menos de 5% dos habitantes receberam a vacina. Os dados são da universidade americana Johns Hopkins.
“As taxas de imunização dos países ricos são, vergonhosamente, sete vezes mais elevadas que as dos países africanos. Precisamos de equidade nas vacinas agora”, reiterou Antonio Guterres.
Alívio na dívida externa
O Secretário-Geral da ONU também incentivou as principais potências a demonstrarem mais solidariedade econômica com países em desenvolvimento.
“Se não conseguirmos fornecer alívio da dívida e financiamento aos países em desenvolvimento, criamos uma recuperação desequilibrada que pode derrubar uma economia global interconectada”, disse ele. E “se não conseguirmos reduzir a desigualdade, desaceleramos a retomada econômica para todos e em todos os países”, afirmou o chefe da ONU.
O Fórum Econômico Mundial de Davos acontece ao longo de toda esta semana de forma virtual, devido à pandemia.
(Com informações da AFP).
Fonte: www.rfi.fr